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Modified 27-Feb-20
Created 6-May-13
[feira feita de memória]
Memória não é mais que a capacidade pela qual o nosso espírito conserva vivências passadas, ideias, factos, cheiros.... e imagens.
Através das memórias, as vivências são possíveis de serem readquiridas, recordadas, às vezes até revividas ... umas vezes com mais esforço, outras com menos, consoante o registo que tenhamos das mesmas e a importância que tiveram ao longo da nossa vida.
Todos nós temos a capacidade de lembrar tempos passados, as experiências pelas quais fomos passando ao longo da nossa vida. Não deixa, contudo de haver uma altura que marca presença sempre que fazemos o exercício de recordar os tempos idos. por vários motivos. A infância.
A casa dos pais, as brincadeiras de rua, as festas em casa dos avós, a entrada na escola, as aprendizagens, as amizades. São tantas as aventuras e desventuras desta fase, que quando começamos a desfiar a memória, umas levam às outras num novelo que não termina.
Neste rol de vivências, há sempre uma feira de diversão, com muita luz, com música alta e com os vendedores aos gritos a chamarem as pessoas para mais uma viagem. Na feira, havia sempre os carrocéis, as casas dos espelhos, os carrinhos de choque, o dancing fly, a roda gigante, os matraquilhos e as máquinas de jogos eletrónicos, com grandes carros e motos onde nos podíamos sentar e jogar como se fossem veículos de verdade.
Havia o calor do mês de maio e também o pó que se levantava da terra seca. Havia os empurrões e as calcadelas que levávamos dos adultos no percurso entre uma diversão e a outra, havia as filas, e de novo empurrões, para comprar as fichas e novamente os empurrões para ver quem conseguia entrar primeiro. Mas havia, havia os gelados de máquina, os sorvetes, que retemperavam os ânimos e nos preparavam para mais uma volta, mais uma aventura.
Uma tarde na feira era feita de diversões e de cheiros. Os cheiros das máquinas que faziam girar os carroceis, o cheiro das bifanas e dos cachorros; o cheiro das pipocas, do algodão doce. Todos eles tentadores, mas o que permanecia era o cheiro das farturas e dos churros....aliás como ainda acontece hoje.
Tentar transmitir em forma de viagem fotográfica estas minhas memórias é o objetivo da narrativa que agora apresento.
As opções de edição têm como objetivo aproximar a luz a um ambiente mais íntimo e sugestivo.
© Francisco Duarte Mendes